terça-feira, 15 de novembro de 2016


Existe uma coisa em comum entre o amor e a dor: a coragem. Deixar ir embora alguém que amamos, sem saber se vai voltar, aquele sentimento de vazio e de perda, a necessidade de sacrificar tantos sonhos e desejos. A coragem de lutar, de esperar, de persistir e de confiar. A coragem de arriscar. E de renunciar às vontades pessoais, em prol de algo maior. Suíte Francesa me proporcionou tais reflexões.



A dor requer coragem. Quantas vezes insistimos em fugir do sofrimento, optando pelas decisões mais fáceis, na ilusão de que vão resolver aquela angústia que tanto nos perturba? Não somente aquela dor emocional, mas também a dor física requer de nós coragem. A experiência de viver alguma enfermidade, ou de (con)viver com alguém acometido por ela, pede de nós coragem. A dor pode significar fraqueza. E quem quer ser fraco? Nos dias atuais, fraqueza é perda de tempo. Fraqueza é vista por muitos como sinônimo de incapacidade. Ser fraco, mesmo que por um determinado momento na vida, requer coragem. Porque, depois que admitimos (e aceitamos) a existência da dor ou da fraqueza, o passo seguinte a ser dado nos fortalece, nos solidifica. Mas antes, precisamos ser corajosos para aceitar a dor. Para viver a dor. Só vivendo a dor é que podemos superá-la, aprender com ela, fortalecer-nos com ela. E fortalecer os que estão ao nosso redor. (Você atrai o que você transmite!)
O amor é parecido. Amar requer M-U-I-T-A coragem! É bem mais fácil e mais cômodo, entretermo-nos com uma pessoa, por uma noite ou por algumas horas, e depois descartarmos tal experiência vivida. Amar significa entrega, humildade, paciência e principalmente, desapego. É um ato de coragem. Quase tudo o que uma mãe (o pai também) faz por um filho (ou filha) é um ato de coragem. A coragem de renunciar à sua vida, pela vida do seu filho. A coragem de renunciar a um desejo material, a coragem de se arriscar; ter coragem de tentar fazer alguém feliz não é fácil.
No final das contas, a vida pede coragem.



NOTA: 9,0.        

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