terça-feira, 3 de janeiro de 2017


Pablo Neruda é o pseudônimo de Ricardo Eliécer Neftalí Reyes Basoalto, poeta chileno e cônsul do Chile na Espanha. 



Outro dia, vi o filme Neruda no cinema do Dragão do Mar. Não antes de comer no café Santa Clara (cliente fiel, admito). Sobre o filme: bastante atípico, na minha opinião. Um filme sobre o policial, não sobre Neruda (por isso, essa foto). Talvez leve ao cansaço das pessoas acostumadas com roteiros mais comuns. No entanto, assistir um filme é um exercício de paciência. É aos poucos que a narrativa vai surtindo efeito, é apenas depois de alguns bons minutos que cai a ficha, que nascem os sentimentos, a vontade de sorrir (ou de chorar), e surgem as primeiras reflexões. 
No mínimo interessante a vida sob uma perspectiva poética/artística. Tudo muito intenso, à flor da pele: a dor intensamente vivida, a felicidade idem. Os artistas dão a cara a tapa (em tudo), são ousados e corajosos, não fogem dos sentimentos. 
O diretor Pablo Larraín faz uma leitura fictícia de fatos reais, através de uma abordagem poética, imaginária. O policial que persegue o fugitivo, ao mesmo tempo que persegue a si mesmo, que persegue seus anseios e sua vontade de ser um outro alguém. Ser um Neruda (poeta dos oprimidos, amante das mulheres, amante da vida), ou um ser um Peluchonneau (policial de uniforme, ser humano mediano, alguém insatisfeito em busca de alguns minutos de fama). Simplesmente viver ou inventar sua própria existência?
A vida: eterna perseguição. Cotidiana invenção. Do que queremos ser. Do que queremos fazer. Um filme excelente para os que acreditam que o cinema serve justamente para isso: reinventar a vida e os fatos, sob novas perspectivas. Um exercício válido de criatividade e imaginação, que nos leva a fazermos boas (e novas) reflexões.
Filme muito bom, com o ator do filme Diários de Motocicleta, Gael García Bernal. 

Nota: 8,9.

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