quarta-feira, 6 de fevereiro de 2019



CLÍMAX, Dragão do Mar (mais decadente impossível #resistencia), terça-feira à noite. Minha irmã como companhia. Não tem mais aquela "promoção" de terça: meia para todos. 


DELÍRIOS.

Antes de tudo, Clímax (Gaspar Noé) é um filme para ser visto através de uma perspectiva mais abrangente. É difícil não ver o filme sem balançar a cabeça ou sem sentir admiração e/ou espanto, com a música quase ininterrupta, as performances artísticas dos personagens, cores fortes, sons contagiantes, expressões corporais inéditas, ousadas e sensuais. Perspectiva artística, ampla, controversa, sem regras, princípios, imposições sociais. Filme que mexe com todos os nossos sentidos. Trata-se de uma imersão. Você com você mesmo. Você e a arte. A criatividade à solta, pensamento rolando solto. Do que seria da vida sem a arte? 
Os tabus clássicos aparecem. Não existe certo ou errado, será? Estética, prazer, extravasamento, crueldade, escatologia, tesão, loucura. Dentre outros. O filme se passa em uma França artística da década de 90, fria e taciturna, em um único cenário, uma única noite. É incrível o que pode ocorrer num instante, numa fração de segundos, numa noite, num dia. A loucura a que se pode chegar. A autodestruição ilimitada e possibilitada pelos devaneios da mente, e do corpo. Quando um lugar seguro se torna um hospício. 
Climax é uma aterrorizante experiência que não pretende ser nada além de uma loucura confinada. Não existem os constantemente procurados significados ocultos, longos diálogos filosóficos sobre a arte ou similares. Trata-se de uma crônica nua e crua sobre instintos alterados, maximizados. Um filme sobre os monstros que os humanos também podem ser.



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